ética e relações no trabalho
Publicado em27 de agosto de 2011 por Mariana Brunelli
Recente notícia publicada em diversos meios de comunicação mostra que a escravidão ainda não é uma mazela superada em pleno século XXI. Equipes de fiscalização do governo federal flagraram, em São Paulo, estrangeiros submetidos a condições subumanas de trabalho, produzindo peças de roupa da prestigiada marca internacional Zara.
Numa época em que, cada vez mais, fica evidente a necessidade das empresas adotarem uma atuação pautada em valores éticos e socioambientais, uma notícia como essa endossa o que tem defendido acadêmicos e pesquisadores da área de administração. Vários artigos e livros vêm defendendo que para garantir um crescimento sustentado de longo prazo, as organizações precisam inserir em sua estratégia propósitos sociais e também agir de forma coerente com o que suas marcas propagam.
Esse fato ilumina também a urgente necessidade de criação de mecanismos que permitam e incentivem as empresas a desenvolverem relações de maior transparência com seus consumidores. Eles têm informações cada vez mais acessíveis sobre a conduta das corporações e muitos buscam saber sobre os processos de produção dos produtos que consomem. Atitudes empresariais como essa, em moldes medievais, podem trazer prejuízos irrecuperáveis não só para a Zara, como para outras que seguirem o seu ultrapassado modelo.
A empresa responsável pela marca Zara defendeu-se culpando outra organização. A corporação que gere a marca colocou a fatura na conta de seu fornecedor, declarando que não tinha conhecimento sobre o processo adotado e que esse não condiz com o seu código de conduta. Entretanto, num mundo em que as informações se multiplicam em velocidades cada vez maiores, a postura da empresa soa mais como uma desculpa e não a isenta de sua responsabilidade.
Mulheres do Brasil: fiquem de olho! Vocês podem estar comprando roupas produzidas por escravos. Não carreguem essa culpa