Ética e os servidores publicos
“Ser ou não ser, (ético) eis a questão”.
Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e flechas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
In “A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca”, de William Shakespeare.
A ética deriva da palavra grega ethos, que era entendida como “os bons costumes”. Ética é o fundamento de princípios universais que podem ser válidos em qualquer lugar, como exemplo o princípio do direito à vida.
Para Aristóteles ética é como uma ciência, refere-se aos atos praticados pelo Homem enquanto ser racional e que tem como objetivo alcançar a virtude durante a vida. Por outro lado, para Espinosa a ética é um meio para libertar o Homem da servidão dos sentimentos, e ensina-o a viver pela razão, contra os preconceitos e superstições, mas pressupõe o conhecimento especulativo de Deus que conduzia à beatitude. Para Kant ética é a ciência das leis e da liberdade, é prática, composta por uma parte antropológica e outra racional, o “dever”, que é efetuada com a autonomia. Hegel vê a ética como a realização da ideia de bem no mundo exterior, muito influenciada pelos atos de vontade, são os hábitos.
Assim, a ética conforma-se com os costumes, que também são determinados por valores morais, hábitos e pelas leis que influenciam a conduta humana numa determinada época. A modificação dos usos e costumes, da moral, levam à alteração do conceito de ética. Aristóteles, defende que nenhuma das virtudes se produz em nós por natureza, porque nenhuma coisa natural se modifica por costume, não se produz pela natureza nem contra a natureza. Somos virtuosos se efetivarmos o seu exercício prévio, só podemos concretizar depois de ter aprendido, aprendemos fazendo. O individuo assimila valores e padrões de conduta, desde a infância, que vão sendo assimilados ao longo da educação. O contexto social pressiona os