Ética e moral na mídia de contéudos infantis
Este trabalho aborda a ética aplicada aos conteúdos infantis. Diariamente, através de inúmeros tipos de dispositivos móveis, tais como: tabletes, celulares, nootbooks, videogames e a tradicional tv, milhares de produtos culturais são produzidos e consumidos por pessoas de forma indiscriminada. A falta de preocupação dos produtores de animações para com a condição psicossocial em que os indivíduos consumidores do seu produto se encontram perpassam, em muito, as barreiras da ética e da moral. Partindo da evasão desse limite do bom senso, abordamos, neste trabalho, duas formas antagônicas de interpretar as consequências da falta do crivo ético-moral nas produções de animações aplicados nas plataformas de game, series e outros. PALAVRAS-CHAVE: Animação, desenhos animados, mídia, produção cultural, infância, ética, moral, violência.
INTRODUÇÃO
Antes de tudo, a definição de ética e moral sempre se esbarra em outros significados, criando verdadeiras intersecções com outras definições semânticas. Paul
Ricouer diz que ética é assumir a perspectiva de conduzir à “vida boa”; já a moral residiria nas normas e regras que têm pretensão à universalidade. Para ele, a diferença entre ética e moral é apenas convencional, não havendo definições filosóficas que distingue suficientemente os dois termos (RICOUER, 1995). Entretanto, a primazia residiria sobre a ética ao invés da moral. Já Roberto Romano diz que é um conjunto de hábitos, atitudes, pensamentos e formas culturais que no longo prazo sedimenta-se na memória das pessoas, torna-se “quase uma segunda natureza das pessoas, de modo que seus valores são assumidos automaticamente e sem crítica” (ROMANO, 2004).
Podendo ser definido com clareza ou não, o fato é que a ética e a moral são elementos aprendidos na infância e promove no indivíduo “regras” elementares que garantem o bom convívio e formas de proceder em meio a diversas situações na sociedade organizada. Uma vez que esses princípios se