Ética e direito
Sempre que pensamos em direito lembramos-nos das figuras que compõem o quadro judiciário, advogados, promotores, juízes e tantos outros envolvidos neste meio. Estas funções têm por norma fazer as leis a serem cumpridas. Para que a ordem seja sempre garantida se faz necessária a presença dos preceitos éticos dentro das funções supracitadas. Não existe a possibilidade a todo instante de encontrarmos profissionais éticos nas diversas áreas do direito. Tratando-se de Ética e Direito, palavras que polarizam enorme carga emocional por parte de quem as estudam, essas dificuldades se mostram bem evidentes. A emotividade que lançamos sobre essas categorias, que já se incorporaram ao nosso patrimônio espiritual, forma uma capa que dificulta o acesso ao mínimo de racionalidade e de objetividade que nos permita fugir de proposições meramente emotivas, para adentrarmos epistemologicamente na análise dos conteúdos. Fazemos esta observação introdutória para exteriorizar nossa preocupação com as imperfeições que devam brotar das tentativas realizadas, com o propósito de demonstrar a possibilidade de tratamento objetivo na delimitação de territórios comuns da Ética e do Direito. Henrique Cláudio de Lima Vaz, em sua obra Ética e Direito, discorrendo longamente sobre essa concepção puramente especulativa dos domínios da Ética, nas várias escolas filosóficas, entende que, embora muitas teorias contemporâneas ponham em dúvida a possibilidade de uma Ética filosófica, "... parece difícil admitir que uma teoria do ethos no sentido filosófico da sua justificação ou fundamentação racional possa desaparecer do horizonte cultural da nossa civilização, a menos que desapareça a própria filosofia e a civilização venha a mudar de alma e de destino”.(VAZ, 2002, p. 63). Acerca da palavra ética podemos fazer inúmeras reflexões que perpassam por nossos pensamentos e assim nos fazem relacionar com o direito, haja vista que são ambas conjuntos de normas de