Ética e compromissos sociais em sala de aula
O papel ético do professor
Tenho percebido que o Brasil vem passando por diversas transformações nos âmbitos social, político e econômico. Nesse sentido, a escola não pode se omitir do seu imprescindível compromisso no rumo das mudanças. Isso significa, em linhas gerais, priorizar a construção da cidadania através da análise, reflexão e compreensão das diferentes facetas da conjuntura histórico-social atual.
Dentro desse contexto, a cidadania, conforme expressam os Parâmetros Curriculares Nacionais, é: “o eixo vertebrador da educação escolar”. Como concretizar então a construção da cidadania sem falar em ética, em posicionamento ético?
Aí é que está o X da questão, pois nunca a palavra ética foi tão comentada quanto nos últimos tempos. Para se ter uma idéia, é comum ouvir inúmeras declarações sobre a ética na Medicina, a ética no Senado, a ética na profissão, a ética na religião, a ética na Polícia, a ética na guerra, a ética, a ética, a ética...
Ela está na boca de todo mundo, com muitas conotações e em diferentes situações, mas todas carregam a singularidade do posicionamento frente a determinadas condições. Mas isso é relativo porque pressupõe julgamento de valor, posicionamento diante do que é certo ou errado, e, convenhamos, o que pode ser certo para uns não significa que será para os outros, não é?!
Voltando para a sala de aula, como é mesmo que o professor faz para ser ético? O que é ter um posicionamento ético na sala de aula? Em que medida podemos afirmar que o professor tem ou não uma postura ética?
Diziam as velhas teorias que as crianças são tabulas rasas, onde o professor deve depositar conhecimentos, assim como um papel em branco que vai sendo colorido. Confesso que, antes de me deparar com minha primeira turma de crianças, um resquício desse pensamento povoava a minha mente e me fortalecia, pois pensava que seria importante ensinar crianças, ajudá-las a ter uma visão do mundo mais