Ética a Nicômaco - CAP 10
CAP 10
O homem sempre procura o que lhe dá prazer e, por outro lado, fugir do que lhe traz sofrimento.
Uns dizem que o prazer é o bem. Outros contrariamente, dizem que é qualquer coisa absolutamente desprezível; dizem isso porque são escravos do prazer.
O bem supremo é o objetivo final de todos que se esforçam por obtê-lo. Eudoxo sustentava que o prazer é o bem para todos os seres, sejam racionais ou irracionais; eles tendem naturalmente a ele, ao mesmo tempo em que fazem da dor e também o prazer é desejado por si mesmo e não por outra coisa; o prazer é uma escolha absoluta pela sua apropria existência.
Platão refuta a tese de que o prazer é o bem supremo. Para ele uma vida de prazer é melhor se combinada com uma sensatez, do que sem ela. Se o prazer isolado não é o melhor, então, não pode ser o bem supremo. Os que dizem que o prazer não é um bem, não dizem nada convincente.
Se o prazer não fosse um bem nem um mal, todo o sofrimento não seria bem nem mau e não havia razão para evitar o sofrimento. O sofrimento é um mal e deve ser evitado, logo o prazer deve ser um certo bem. Nada impede que o supremo bem seja uma certa forma de prazer, só porque alguns prazeres são maus. Se não houvesse formas de prazer boas nem atividades que dessem prazer, aquele que é feliz não teria uma vida agradável. Então, pra que precisaria dos prazeres se não fosse um bem?
Todos pensam que a vida feliz é uma vida doce e envolvem prazer na felicidade. O fato de todos os animais e humanos perseguissem prazeres é um indicio que a felicidade é de alguma forma o supremo bem. Se houver atividades livres de impedimento para cada disposição, e a felicidade for uma delas, tal atividade será a coisa mais querida. Uma atividade livre de impedi, é o prazer. Portanto, o supremo bem será uma certa forma de prazer.
Ao admitirem ( os platônicos ) que o bem é algo de completo, e ( por outro lado ) que mudanças e os processos de geração são