Ética profissional
FACULDADE GUANAMBI
Diana Fernandes Profeta
Gabriel Silva Cardoso
Júlia Roberta Malheiro Macêdo
Milena Pereira Viana
O ENFERMEIRO E A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA PROFISSIONAL
NO PROCESSO DE CUIDAR
Guanambi – Ba
2014
1. INTRODUÇÃO O estudo sociológico das profissões na área da saúde tem contemplado principalmente a Medicina, que contempla alguns clássicos como, por exemplo, a obra de Freidson. Para este autor, uma profissão distingue-se em relação a outras ocupações menores no que se refere à autonomia organizada e legitimada em seu poder. Tal autonomia confere à profissão um monopólio ocupacional que assegura uma posição de dominância no interior de um processo de divisão de trabalho. Esta autonomia é, para ele, baseada em dois princípios fundamentais: o conhecimento teórico reconhecido e protegido pelo Estado e o apoio das elites. Apesar de procurar as causas da organização médica na estrutura social, Freidson não chega a tocar em questões cruciais, tais como, a natureza das elites por ele mencionada, o relacionamento da profissão com o Estado, e os interesses econômicos, sociais e políticos que sustentam o apoio dado pelo Estado. Este lapso deixou uma margem generosa para a crítica desenvolvida principalmente por autores marxistas. A grande virtude de Friedson foi a sua descrição e análise interna à profissão médica, dando uma contribuição decisiva para a dimensionalização desse campo de estudos. A produção marxista moderna na área da saúde é importante principalmente pelo seu esforço de prover uma teoria que estabeleça uma conexão desta área com a sociedade mais ampla. Com este propósito, Wright situa a profissão médica dentro da estrutura de classe da sociedade capitalista. Ao enfatizar esse ponto, este autor critica vários estudos realizados sobre a divisão do trabalho na área da saúde que, por não se preocuparem com esse aspecto, confundem ocupações com classes.
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