Ética no varejo
O que contribui de forma significativa para este quadro no que tange ao mercado informal, além das duras legislações trabalhistas, complexas e rígidas, que impedem a competitividade e a agilidade empresarial, diminuindo a competitividade e lucros das empresas, dando ocasião ao desemprego e suas consequências, há um excesso de mão de obra, na sua maioria sem qualificação, que não encontra espaço no exigente mercado de trabalho.
Para alguns, a informalidade não passa de um pai de família buscando sustento, porém para a empresa legal, significa que ela terá que pagar por ambos, o pesado fardo das cargas tributárias brasileiras, já que o primeiro não o faz. O mercado ilegal constitui uma concorrência desleal, por vender produtos e mercadorias, na grande maioria, de qualidade questionável, mais barata, por não ter inclusos os impostos e outros custos, como energia, aluguéis e pagamento de funcionários, além de problemas com pirataria que financia o tráfico e outras práticas ilegais.
Se de um lado os “incluídos“ se sentem ameaçados e inseguros, por outro os desafortunados tentam sobreviver num país onde se tem uma das maiores cargas tributárias do mundo e a certeza da impunidade. A repressão continua sendo a solução para esta problemática, não somente no fornecedor final, mas na sua origem e distribuição. Os órgãos responsáveis precisam atuar dura e constantemente contra o varejo ilegal, tendo este a máscara que for. Seja de alguém que não teve sorte na vida e só busca ganhar o seu pão de cada dia, ou de um rico empresário do tráfico e da pirataria.
Referências:
Pastore, José. Informalidade: Estragos e Soluções. Rio de Janeiro: Congresso do Coppead, 2004.
Cavalcanti, Fernando. Economia