Ética na Grécia Antiga
A filosofia, tal como conhecemos hoje, começou na Grécia, entre os séculos VI e VII a.C. A substituição da visão mítica sobre a origem e a natureza do universo por explicações naturais, racionais e inteligíveis teve início com a reflexão dos grandes filósofos gregos. Portanto, o pensamento racional desenvolvido na polis grega é considerado uma ruptura.
Foi também no berço da civilização ocidental, a Grécia Antiga, que a reflexão sobre problemas éticos ganhou um caráter mais sistemático. Segue uma breve explanação sobre as principais correntes de pensamento no âmbito da ética defendida pelos filósofos gregos e o contexto em que essas correntes se desenvolveram.
Ética na filosofia grega A começar pelos sofistas, professores viajantes que vendiam ensinamentos filosóficos, usando como método a exposição monologada, já que em geral tinham grande habilidade retórica. Numa época de intensas lutas políticas, era importante ter domínio da arte de falar e persuadir, o que tornava tudo muito relativo ao individuo, ao contexto, inclusive a ética. Ou seja, não havia verdades ou valores absolutos.
Inscrito no Oráculo de Delfos, “Conhece-te a ti mesmo” era um dos ensinamentos de Sócrates (469-399 a.C.), o marco divisório da filosofia. O autoconhecimento da nossa alma, nossa essência e nossa razão é o ponto de partida para a explicação da ética, que se fundamentaria na racionalidade do indivíduo.
Já em Platão (427-347 a.C.) a concepção dualista que contrapunha o mundo da matéria (kósmos horatós) ao mundo das ideias (kósmos noetós) é importante para compreender o seu modo de ver a ética. O filósofo defendia a purificação do corpo para alcançar uma espécie de “ideal universal”, já que no corpo habitam os desejos e as paixões que desvirtuam o homem. Para Platão, o indivíduo é ético enquanto cidadão. De certa forma, essa última linha de pensamento consegue trazer a ética para um plano prático ao refletir sobre o indivíduo que se relaciona com o