Ética do Brasileiro
Se partirmos do princípio de que a ética tem a ver com responsabilidade que assumimos perante os outros, basta uma breve caminhada por uma rua movimentada para percebermos o quanto esse princípio é ignorado no país. Isso se torna evidente através de pequenos atos como jogar lixo na rua, estacionar um veículo indevidamente na vaga de deficientes físicos ou furar uma fila. Esses atos são tão arraigados na população que têm até nome: “jeitinho brasileiro”. A questão é que o “jeitinho”, muitas vezes, acaba sendo incentivado ou mesmo exibido com orgulho. Ou seja, as pessoas chegam ao cúmulo de não terem vergonha desse tipo de atitude, pelo contrário.
Mas essa falta de ética, seja no cotidiano do indivíduo ou nas ações das empresas, não é uma exclusividade do povo brasileiro. A Nike, por exemplo, provavelmente sempre praticou valores éticos dentro dos EUA, entretanto, num dado momento de sua história, passou a fomentar o trabalho infantil no sudeste asiático. Ela só tomou alguma atitude depois que instituições americanas e internacionais passaram a questionar fortemente a vista grossa feita pela Nike sobre seus fornecedores.
Talvez uma parcela da ética de cada país esteja ligada à integridade de suas instituições. Conforme elas evoluem, o nível ético de uma nação também o faz. Portanto, se a ética do brasileiro por inúmeras vezes não preza por uma boa convivência em sociedade, quem sabe esse quadro não mude através do exemplo e da educação vindos de instituições mais íntegras.