Época de Ouro com paradigma

Este trabalho apresenta algumas considerações sobre as discussões que envolvem a primeira e segunda geração do samba, mais conhecido como Época de Ouro (1929-1945) como um paradigma de modernização e sofisticação da música popular brasileira.

Vários fatores contribuíram para que o samba tomasse forma e viesse a ser um dos gêneros musicais mais importantes da MPB . Segundo SEVERINO (2008), um dos fatores para que essa transformação ocorresse foi os movimentos migratórios de negros libertos ou imigrantes de Canudos, Vale do Paraíba, ou nordestinos fugindo da grande seca, esses acontecimentos inflaram consideravelmente a população do Rio de Janeiro. Essa população acomodou-se nos portos e encostas dos morros cariocas, e aos poucos foram integrando-se na estrutura socioeconômica, como ambulantes, domésticas, operários e pequenos comerciantes da antiga capital federal. O surgimento da primeira geração do samba se dá a partir da evolução de um samba já existente, o samba primitivo . Podemos ressaltar o despertar da consciência das classes mais pobres em manifestar sua música e a lutar por uma maior participação nos festejos do carnaval da Belle Époque (uma imitação do carnaval europeu), a criação de blocos de afoxés e ranchos carnavalescos, a chegada das baianas descendentes de escravos, em especial Tia Ciata , como fatores que contribuíram para que o samba se consolidasse como canção urbana, uma nova cultura, uma nova linguagem musical.

A primeira geração do samba

Defende o historiador Edigar de Alencar no livro Nosso Sinhô do Samba, que o samba propriamente dito teve início em agosto de 1916 no quintal da casa da Tia Ciata, após a composição da música Pelo telefone, que circunda uma enorme controvérsia na sua composição. Segundo SEVERINO 2008 Pelo telefone advém de uma música que foi composta em sucessivas noites de batuque por, João da Mata, Sinhô, Donga, Tia Ciata, entre outros, e chamava-se O roceiro. ALBIN em seu livro, O livro de Ouro da MPB,