Ébola
A doença do legionário deve o seu nome ao surto de pneumonia que afetou os participantes do congresso anual da divisão da Pensilvânia da Legião Americana, que em agosto de 1976 se reuniu no Bellevue-Stratford Hotel. Eram dias quentes mas o Bellevue estava fresco, graças ao sistema de ar condicionado – o mesmo que viria a contaminar os participantes.
No segundo dia do congresso, alguns dos veteranos começaram a ter febre, tosse e sintomas de pneumonia. Uma semana depois, mais de 200 estavam infetados e 34 morreram. "Nessa altura morreu muita gente porque o que se usava então para tratar a pneumonia, numa base empírica, era a penicilina e esta bactéria não se trata com penicilina.
Foi a descoberta da legionella que obrigou a mudar o esquema", explica Agostinho Marques, diretor do serviço de Pneumologia do Hospital de São João, no Porto. De cada vez que surge uma nova doença – e depois de excluir por eliminatórias todas as que já existem –, os laboratórios de investigação tentam identificar o agente que a provoca: bactéria, parasita, fungo, vírus.
"Há dez anos, quando foi da SARS – síndrome respiratória aguda grave –, desde a descrição da doença até se isolar o vírus foram cinco semanas. Já a chamada doença de Kasawaki está descrita há 40 anos mas ainda não se descobriu o que é", revela Jaime Mina, infectologista do Hospital Egas Moniz e professor no Instituto de Higiene e Medicina Tropical. No caso da legionella, o agente que provocava a doença – no caso, uma bactéria – foi descoberto ao fim de meio ano. De então para cá, a maior epidemia registada foi no Reino Unido, em Barrow, onde 494 pessoas contraíram a doença dos legionários em 2002.
Por cá, este é o maior surto até à data conhecido, embora entre 2004 e 2013, 1188 pessoas tenham sido internadas e 86 morrido. "Morrem 20 pessoas por dia em Portugal com pneumonias e há estudos que dizem que entre 10 e 15% das pneumonias são causadas por legionella.
Esta é uma