Árvore da vida
Cientistas criam "árvore da vida" com todas as aves conhecidas
Levantamento permite posicionar no espaço e no tempo quando e onde as quase 10 000 espécies conhecidas se separaram de ancestrais comuns
Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, criaram uma gigantesca árvore filogenética (estudo da relação evolutiva entre várias espécies que possuem um ancestral comum) com as 9.993 espécies de aves conhecidas. O mapeamento do parentesco evolutivo posiciona as especiações das diferentes espécies no tempo e no espaço. “É a primeira 'árvore da vida' de espécies com este tamanho colocada em um mapa global”, disse à revista Nature Walter Jetz, biólogo de Yale e um dos co-autores do artigo.
"Esse levantamento é importante porque mostra as relações entre as diferentes espécies. Quanto mais próximas nos ramos, mais relacionadas do ponto de vista evolutivo. Ou seja, partilham de um ancestral comum mais recente", afirmou ao site de VEJA o professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Mercival Roberto Francisco.
O mapeamento começou com um levantamento filogenético concluído em 2008, produzido pelos mesmos autores do estudo publicado agora na Nature. O levantamento dividiu as espécies de aves conhecidas em 158 clados, ou grupos que teriam se desenvolvido a partir de um ancestral comum. As raízes dessa escala evolutiva foram construídas a partir de dez fósseis, que são um parâmetro para calcular a taxa de mudanças das espécies ao longo do tempo. Com essa base, eles organizaram em uma árvore 6.600 espécies sobre as quais a ciência tem alguma informação genética disponível.
O problema era saber como lidar com as 3.330 espécies sem dados genéticos conhecidos. Para contornar esse gargalo, os cientistas utilizaram a informação de pássaros considerados parentes próximos, podendo assim alocá-los na árvore. Tal aproximação suscitou algumas críticas. "Para uma árvore deste tamanho, qualquer pequeno erro ocasionado por suposições,