Álvaro de campos - todas as cartas de amor são ridículas
Á LVARO
DE
C AMPOS
«(…) Nasceu em Tavira da Serra Grande, a 15 de Outubro de 1890, pelas 13h30, teve uma educação exemplar de Liceu; depois foi para Glasgowsky, Escócia, estudar engenharia mecânica e naval. Numas férias, fez a viagem ao Oriente, de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa em inactividade. (…) »
Excerto de uma carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro
Á LVARO
DE
C AMPOS
TODAS AS CARTAS DE A MOR
SÃO RIDÍCULAS
Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas. Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. A verdade é que hoje As minhas memórias Dessas cartas de amor É que são Ridículas. (Todas as palavras esdrúxulas, Como os sentimentos esdrúxulos, São naturalmente Ridículas.)
•Saudade •Amor/ Paixão •Nostalgia •Desejo de voltar ao passado
Álvaro de Campos
A NÁLISE
DO
C ONTEÚDO
•Cartas de amor •Cartas de amor
do poeta
•Amor •Quem não ama
A NÁLISE F ORMAL
Métrica: To|das |as |car|tas |de |a|mor |são Ri|dí |cu|las. Não| se|ri |am |car|tas |de |a|mor| se |não |fo|ssem Ri|dí|cu|las.
A poesia é aquela forma de prosa em que o ritmo é artificial. Álvaro de Campos
1º verso: Oito Sílabas Métricas (Octossílabo)
2º verso: Duas Sílabas Métricas
3º verso: Dez Sílabas Métricas (Decassílabo) 4º verso: Duas Sílabas Métricas
Tam|bém| es|cre|vi |em |meu |tem|po |car|tas |de |a|mor, Co|mo| as |ou|tras, Ri|dí|cu|las. 1º verso: Doze Sílabas Métricas (Alexandrinos / Dodecassílabos) 2º verso: Três Sílabas Métricas As |car|tas |de| a|mor, |se |há | a|mor, Têm |de| ser Ri|dí|cu|las. 3º verso: Duas Sílabas Métricas 1º verso: Oito sílabas Métricas (Octossílabos) 2º verso: Três Sílabas Métricas 3º verso: Duas