Água
Novembro 2004
Suspensa pesca na Baía de Paranaguá
Aves cobertas de óleo recolhidas pelo Ibama em seu posto de recuperação de animais. Explosão do navio chileno Vicuña, no Porto de Paranaguá, afetou o litoral da região. Foto: Ernesto Rodrigues/AE
Cerca de 3.400 famílias locais que dependem da pesca para sobreviver estão impedidas de trabalhar desde o acidente com o navio Vicuña, no dia 15.
Paranaguá - Dez dias após o acidente com o navio Vicuña, na Baía de Paranaguá, as equipes de resgate de fauna já recolheram mais de 50 animais atingidos pelo derramamento de óleo, incluindo 3 botos, 15 aves e 15 tartarugas mortas. Em um contexto ambiental mais amplo, entretanto, quem parece estar sofrendo as maiores conseqüências é a comunidade local. Cerca de 3.400 famílias locais que dependem da pesca para sobreviver estão impedidas de trabalhar desde o acidente.
A pesca foi proibida dentro das baías, por risco de contaminação, e deve permanecer assim até o início da semana que vem, para quando são esperados os laudos de análise da qualidade da água.
O Vicuña explodiu no dia 15, quando desembarcava uma carga de 14 milhões de litros de metanol no Porto de Paranaguá. Quatro tripulantes morreram na explosão. O navio afundou junto ao terminal e também derramou parte de sua reserva de 1.350 toneladas de óleo diesel e óleo combustível pela baía, contaminando várias áreas de preservação ambiental e de reprodução biológica.
A maior parte da sujeira já foi limpa, mas as feridas do óleo ainda são visíveis em alguns pontos, principalmente nas raízes dos manguezais e no capim de beira de praia, cobertos por uma pasta negra.
As quatro empresas envolvidas no acidente estão sendo multadas em R$ 250 mil por dia cada uma e a Secretaria Nacional de Pesca e Agricultura prometeu liberar R$ 1,7 milhão do Fundo de Amparo ao Trabalhador para pagar um salário mínimo a cada