Ágora – resenha crítica
Na condição de filósofa, Hipátia não acreditava em religião, não tinha fé em deuses, confiava apenas na filosofia. Com o consentimento de seu pai era solteira, pois não queria um homem mandando nela, queria tempo para estudar, lecionar e ser livre. Lecionava na Biblioteca para um grupo masculino de estudantes. Mas tinha escravos, pertencia a alta sociedade da época e entre seus escravos havia Davus, que cultivava uma paixão secreta por ela.
Durante suas aulas na Biblioteca haviam conflitos entre os alunos sobre religião pois até então o cristianismo era uma religião intolerada, o que gerava ainda mais assunto para os conflitos em aula, como os de Orestes que era ateu e Sinésio que era cristão.
Nas ruas as discordâncias religiosas eram praticamente diárias, com direito a ofensivas. Os cristãos tentando garantir seu lugar e sua fé na sociedade e os pagãos tentando se manter em suas posições. Até que os cristãos começam a apedrejar e derrubar um dos deuses dos pagãos que, ofendidos, decidem revidar com suas espadas. Mas os cristãos conseguem ainda ganhar dos pagãos, fazendo com que eles se fechem na Biblioteca. Até o momento em que recebem uma ordem para deixar a cidade. E Davus, escravo de Hipátia, dividido entre sua paixão e a religião, decide ficar com os cristãos.
O tempo vai passando e os conflitos aumentando: Orestes se torna prefeito, Sinésio bispo e Hipátia ainda filósofa, concentrada em entender o movimento da Terra ao redor do Sol.
Orestes tem em Hipátia sua grande conselheira, e os cristãos o repreendem por isso, pois baseados nas Epístolas Paulíneas, os cristãos acreditavam que a mulher era um bem do homem e sua serventia se restringia a reprodução e serviços domésticos.