V cio
Ela tinha ar de gringa e muitas vezes era confundida com algumas americanas que visitavam o lugar. Mas era tão brasileira quanto qualquer mestiça desse país. Ter nascido loira, branca e com os olhos claros eram só detalhes.
Naquela noite, o céu estava especialmente estrelado. Os olhos dela presenciavam explosões cósmicas ao olhar pra cima. Talvez já fosse hora de parar e ir dormir. Assim ela fez. Foi primeiro ao banheiro para não ter necessidade de correr, apertada. Ao sair, optou pelo caminho mais longo, o que passava pela praça mais popular da cidade.
A praça estava vazia e ela foi caminhando devagar pra não tropeçar. Ainda assim o mundo pareceu girar e ela teve que sentar pra se recuperar. Respirou algumas vezes de olhos fechados quando sentiu o chão tremer como um terremoto.
Ela olhou pros lados, com medo.
No fim da rua havia um carro. Havia também um som alto de alarme que foi disparado. Agora, pessoas gritavam.
A curiosidade foi maior que o medo e, enquanto pegava o celular na bolsa, andou rápido até onde o carro estava. Discou 190 e esperou.
Pessoas encapuzadas e fortemente armadas tiravam montes de dinheiro às pressas de uma agência bancária. Eram cinco e todos estavam afobados.
Quando viram a moça se aproximar, não viram nela ameaça. Mas ao perceber o celular em sua mão, tremeram.
“Ei, parada ai!” Gritou um deles com a voz abafada pelo capuz.
Rafaela estremeceu e seu corpo ficou tenso. Nada, nem um músculo se movia. Apenas seu coração bombeava sangue num ritmo louco.
“O que vocês estão fazendo?” ela gritou. “Isso é errado! É um