São José Liberto ou Presídio? Memória coletiva e o patrimônio material em Belém do Pará.
Priscilla R. Camargo Ferreira1
Resumo: Este artigo buscou investigar as relações entre a comunidade do entorno do Espaço São José Liberto e a comunidade do entorno, no que tange aos usos das expressões “presídio” e/ou “antigo presídio” ainda utilizadas em referência ao Espaço. Com a utilização da metodologia de entrevistas embasadas em memórias de antigos moradores do bairro, e assim através das histórias orais, e do exercício de rememorizar, juntamente com levantamento bibliográfico e documental, investigar possíveis razões para o uso de tais expressões. A percepção proporcionada por tais práticas indicaram que as lembranças do período do presídio ainda fortes na comunidade associadas à falta de participação da comunidade no projeto de revitalização reforçam a falta de identificação da comunidade com o local, que recorrem a memória mais significativa (presídio) para fazer menção ao Espaço.
Introdução Para iniciar esse artigo determinou-se como metodologia de pesquisa a entrevistas de idosos que sempre moraram no bairro da Cidade Velha em Belém. O objetivo era entender porque após a reforma e revitalização do antigo Presídio São José e mudança para o atual Espaço São José Liberto a comunidade em geral, e especificamente os moradores da Cidade Velha e Jurunas ainda se referem ao mesmo como “presídio” ou “antigo presídio”. Entendendo a ligação entre patrimônio e memória buscou-se pesquisar as dinâmicas presentes entre o Espaço São José Liberto e a comunidade. Eckert; Rocha ( 2008 p.03)
A existência do patrimônio material e o reconhecimento de patrimônios imateriais por parte das políticas públicas permitem o conhecimento dos habitantes citadinos de seus percursos históricos e promovem a consciência do viver social – uma consciência coletiva que não só depende da memória construída, mas contribui para a memória social e coletiva dos cidadãos.