Senso Comum – Bom Senso
Cada um de nós participa de uma concepção de mundo (ideias, impressões, perspectivas e valores que orientam nossa ação cotidiana) e contribui para manter essa concepção promovendo novas maneiras de pensar.
As concepções de mundo nascem, consolidam-se e desenvolvem-se a partir das relações que os indivíduos, ou agrupamentos estão inseridos.
Nesses agrupamentos as classes dominantes são formadoras de opinião.
As classes dominantes assumem a tarefa de reforçar, transformar e aprimorar as ideias desses agrupamentos garantindo assim sua permanência no poder.
Quando essas ideias tornam-se senso comum servem de referência para o povo que não percebe que estão sendo moldados de acordo com as necessidades das elites.
Ainda assim indivíduos e agrupamentos humanos procuram espaços de liberdade. Apesar dessas práticas de resistência essas massas não conseguem destruir os mecanismos de dominação e tendem a conformar-se novamente com essa dominação.
No interior do senso comum há um núcleo: o bom senso.
Principais características do bom senso são as formas de resistências individuais e coletivas que geram desconfiança às interpretações dominantes.
A presença do bom senso indica uma consciência da exploração que gera revolta, mas que não se transformou na consciência da necessidade de destruir os mecanismos de dominação. Diante das dificuldades da luta, o bom senso faz recuar esse sentimento de revolta recolocando os indivíduos na posição de quem espera seus problemas serem resolvidos por outros.
O bom senso por um lado pode ser fonte de resistência moral mas por outro pode levar os indivíduos a uma nova situação de passividade.
Para mudar essa situação é necessário que a transformação da consciência seja um trabalho de mudança de cultura.