Saúde e vulnerabilidades de gênero
Falar de violência de gênero implica o entendimento de que homens e mulheres têm uma participação não igualitária em função de sua condição sexual e fazem parte de um universo que legitima esta desigualdade, acarretando um padrão de relações sexuais hierárquico, também denominado de relações sexuais de gênero (Azevedo, 1985).
Pode-se definir violência de gênero como qualquer ato de violência que resulta ou pode resultar em dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico da mulher, inclusive ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária de liberdade em público ou na vida privada (Araújo, 1996). Existem vários tipos de armas utilizadas na violência contra a mulher, como: a lesão corporal, que é a agressão física, como socos, pontapés, bofetões, entre outros; o estupro ou violência carnal, sendo todo atentado contra o pudor de pessoa de outro sexo, por meio de força física, ou grave ameaça, com a intenção de satisfazer nela desejos lascivos, ou atos de luxúria; ameaça de morte ou qualquer outro mal, feitas por gestos, palavras ou por escrito; abandono material, quando o homem, não reconhece a paternidade, obrigando assim a mulher, entrar com uma ação de investigação de paternidade, para poder receber pensão alimentícia.
Mas nem todos deixam marcas físicas, como as ofensas verbais e morais, que causam dores,que superam, a dor física. Humilhações, torturas, abandono, etc, são considerados pequenos assassinatos diários, difíceis de superar e praticamente impossíveis de prevenir, fazendo com que as mulheres percam a referencia de cidadania.
O impacto da violência doméstica como agravo à saúde pública só foi reconhecido recentemente por organizações internacionais como a OMS (Gómez, 1993). Em inúmeros estudos, verifica-se o risco de depressão, toxicomania, atos de autodestruição, tentativas de suicídio e suicídio entre mulheres abusadas física e sexualmente. Estima-se que 19% dos anos perdidos por morte ou incapacitação