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(sai o narrador e entra Isaura lamentando)
ISAURA: Como decidirei minha vida, vou me libertar dessas correntes de aço que destroem a minha dignidade ou ser condenada por nascer escrava? Não... devo me abster, devo aceitar... Uma vez escrava, sempre escrava... esse é meu destino, até que eu parta deste mundo.
(entra Leôncio e Malvina)
NARRADOR: Esse é Leôncio. Um cafajeste, dono das terras, onde herdou também os escravos. E essa é Malvina, rica e ambiciosa. Ambos são nobres, mas quem vem de família rica é Malvina, que Leôncio casou-se por interesse.
LEÔNCIO: Casei-me com Malvina conforme o gosto do meu pai. Um meio fácil de subir na vida, porém não consigo despregar meus olhos de Isaura.
MALVINA: Com certeza darei a liberdade de Isaura e vou tentar de tudo para que Leôncio não a segure, como desejara minha sogra.
Narrador: Um amor da sociedade, por interesse. E pensar que no futuro marido e esposa teriam destinos opostos.
(mudou de cena para senzala)
ESCRAVO: que vida triste a nossa, Isaura, não achas?
ISAURA: Sim meu caro amigo, creio que um dia todos sejamos libertos e assim possamos viver todos felizes.
LEÔNCIO: (chamando fora da cena) Venha cá Isaura, desejo falar contigo.
(Isaura segue até onde Leôncio se encontra, dentro da residência)
LEÔNCIO: Seja minha e lhe darei tudo que mereces... Case-se comigo e te cobrirei da vida que lhe foi negada, com as mais finas regalias.
ISAURA: Só posso lhe dizer – O coração é livre e não pode ser escravizado, nem mesmo por seu próprio dono. Podes ser dono de meu corpo, mas não de meu coração. Portanto, minha palavra de nada vale.
LEÔNCIO: Quanta tolice! Vá embora, acaba de ganhar uma visita grátis ao tronco, assim como sua mãe!
(Isaura sai chorando