O índio, a aldeia e o urbano na formação socioespacial de chapecó (sc)
Janete Facco* Loivo A. Lemes** Leonel Piovezana***
Resumo O índio, a aldeia e o urbano na formação sócio-espacial de Chapecó (SC) tem por objetivos identificar o índio como ser presente no processo de desenvolvimento regional; identificar as ocupações indígenas no espaço urbano de Chapecó-SC; mapear os pontos de parada e acampamentos indígenas no perímetro urbano a partir do século XIX; relata como se deu o processo de desocupação do espaço urbano de Chapecó pelos índios Kaingang; verificar a adaptação ou não na terra rural demarcada e identificar como se processa o trabalho da família indígena no espaço urbano de Chapecó. Relata ainda, através dos jornais rasteados desde 1939: O Índio, o tempo e a história viva. Palavras chave: Kaingang; Guarani; Índio urbano
Cadernos do CEOM Ano 21, n. 29 Bens culturais e ambientais
Introdução
As populações indígenas do Brasil têm sido vítimas históricas de todo tipo de exploração e de negação dos direitos humanos. Nesse iniciar do século XXI, os sobreviventes que integram quase duas centenas de pequenos povos, reivindicam não só o respeito a sua condição de membros indígenas integrantes de minorias étnicas, como também seus direitos individuais e coletivos, decorrentes de sua existência, como entidades concretas, mantenedoras de características culturais próprias. Os integrantes desses diversos povos estão sujeitos à tutela do governo federal. Embora polêmicos, há consenso entre antropólogos e advogados que este direito é conveniente aos índios em face de inexperiência desses no convívio com a sociedade dominante. Segundo Marcon (1994), somam cerca de 180 os povos indígenas que subsistem no Brasil hoje. Esses povos têm língua e culturas próprias e convivem, em maioria com a sociedade nacional. Poucos são os grupos que vivem isolados. Demograficamente, esses povos contam com um contingente populacional que oscila entre 450 á 600 mil pessoas. Um