O êxodo rural no sertão do nordeste.
AUTOR: PAULO ROBERTO SANTANA DA COSTA
Introdução.
O estudo proposto no presente projeto refere-se ao abandono do campo em busca das cidades, fato que tem sido muito comum no Brasil, sobretudo, após o surto industrial da segunda metade do século XX. Busca-se com essa investigação, entender as circunstâncias, que levaram os sertanistas a deslocarem-se do sertão para os grandes centros urbanos. Para tanto se faz uso da poesia de Luiz Gonzaga, no intuito de identificar os elementos que colaboraram com esse deslocamento. Utilizar a música e a poesia de seu Luiz para entender o êxodo rural no sertão é uma forma dinâmica e ao mesmo tempo complexa de compreensão, da realidade de um povo de um lugar:
(...) percebi que cantar as alegrias e tristezas do homem da terra é também uma forma de ajudá-lo a conhecer seus problemas.
Luiz Gonzaga.¹ (LUIZ GONZAGA, 1989, apud, JOSÉ FARIAS DOS SANTOS, 2004, P, 21).
As cidades em etapa de desenvolvimento e industrialização oferecem “melhores condições de trabalho e de vida”, aos moradores das zonas rurais e de cidades menores. A procura dessas supostas melhores condições, grande parte da população rural alimentada com energia da busca pelo novo, abandona o "sossego" dos sítios, das fazendas e pequena propriedade, aventurando-se pelos centros urbanos. Todavia o sucesso esperado, na migração, não ocorre com todos esses retirantes, que na maioria das vezes estão acompanhados de seus familiares. Em muitos casos a situação piora colaborando, diretamente, para a vida do “homem” nordestino ser cercada de dificuldades insofismáveis, criando um quadro que poderia ser, na melhor das hipóteses, comparado igualmente ao vivido em seu local de origem. A decepção com o novo cria um sentimento de retorno as suas localidades de origem e assim, perpetua, um desejo de reconquista da terra que no pretérito, fora sua. Esses retirantes apesar de estarem distantes de sua terra natal, mantém a chama, do