O vida
Certamente a frase que intitula este texto é conhecida pelo leitor, já que esta consiste em um jargão usado por um personagem de um desenho animado muito difundido no Brasil nos anos 80 e 90; trata-se de: Lippy e Hardy. Tal animação é um clássico da Hanna-Barbera e foi criada em 1962. O humor deste desenho consiste no fato de seus personagens principais terem comportamentos completamente opostos, já que Lippy é um leão altivo e otimista, enquanto Hardy é uma hiena ranzinza e pessimista. Entretanto, Hardy é a figura mais contraditória da dupla, já que as hienas são conhecidas por emitirem sons que lembram uma gargalhada, enquanto o personagem aparece sempre com um ar aborrecido. Mas o quê este desenho animado tem a ver com medicina? Bem, a personagem representada pela hiena demonstra ser um quadro clássico de distimia. O transtorno distímico é crônico e caracteriza-se pela presença de humor depressivo que dura a maior parte do dia e que está presente de forma quase contínua. O termo "distimia" significa mal humorado e foi introduzido em 1980. Antes desta data, tais indivíduos eram considerados portadores de neurose depressiva. A maioria dos casos é de início precoce, começando na infância ou adolescência. É importante lembrar que distimia é diferente de depressão, porém o paciente distímico pode adoecer e apresentar depressão, este caso é chamado de "depressão dupla". O tratamento destes pacientes consiste na combinação de terapia e de psicofármacos. Abaixo deixo um episódio deste saudoso desenho para que o leitor possa analisar por si próprio o aspecto desta hiena, com a cabeça sempre baixa, olhar aborrecido e sempre com uma postura pessimista diante da vida (em outras palavras, um baita mal