A obra descreve e enfatiza a vida de um homem que se utilizou do anonimato para esconder a sua verdadeira identidade. Era conhecido por todos como O Vendedor de Sonhos, assim como ele próprio se declarou ao ser questionado pelas pessoas sobre sua origem e identidade. O termo é mencionado várias vezes ao longo da obra não por acaso, mas para dar ênfase ao que ele realmente fazia vender sonhos para as pessoas desoladas e angustiadas com a própria vida que tinham. Pessoas que para alguns tinham comportamentos, vícios e ou distúrbios irreversíveis, bem como alcóolatras, pessoas depressivas, ladrões, indivíduos que já foram presidiários, doentes mentais e físicos, enfim, vendia sonhos para toda e qualquer pessoa que se encontrava em situações críticas, ou seja, pessoas que viviam à margem da sociedade, que sofriam com doenças psíquicas por terem sido abaladas com perdas irreparáveis, tais como a morte de entes queridos, prejuízos e perdas no mundo financeiro, ou ainda a falta de autenticidade e reconhecimento social. Dentre esses inúmeros personagens problemáticos que o seguiam por terem sido convidados pelo próprio Vendedor de Sonhos vale destacar o acadêmico e professor universitário Júlio César Lambert que sempre fora muito duro e carrasco com os profissionais e alunos da instituição na qual trabalhava. Era autêntico e autoritário no que fazia. Almejava a perfeição e queria que todos, inclusive seus alunos, fizessem o mesmo. Perdera os pais ainda criança. A mãe falecera de câncer o pai suicidou-se na sua presença, fato que o deixou profundamente constrangido. Talvez essa fosse a explicação mais aceitável para explicar o porquê da sua personalidade tão rigorosa e ao mesmo tempo insensata. Não tinha tempo para conviver dignamente com os filhos e a esposa. Sempre estava ocupado com os afazeres do dia a dia. Com tantas preocupações desenvolveu uma perturbante depressão. Queria suicidar-se pulando do alto do edifício San Pablo. Foi nesse contexto que ele