o vampiro
Surgiram muitas vezes práticas culturais que tinham por objectivo impedir que o ente amado recentemente falecido se tornasse num morto-vivo. Enterrar um corpo de cabeça para baixo era algo muito difundido, assim como a colocação de objectos terrenos, como gadanhas ou foices,34 perto da cova, com o fim de satisfazer qualquer demónio que entrasse no corpo, ou para apaziguar os mortos por forma a que estes não quisessem levantar-se da tumba. Este método assemelha-se à prática da Grécia Antiga de colocar uma moeda na boca dos corpos, para pagar o frete da barca de Caronte na travessia do Estige, no submundo; foi argumentado que a moeda não teria essa finalidade, mas a de colocar em guarda qualquer espírito maléfico que tentasse entrar no corpo, e isto pode ter influenciado tradições vampíricas mais tardias. Esta tradição persistiu no folclore grego moderno dos vrykolakas, no qual uma cruz de cera e um caco de barro com a inscrição "Jesus Cristo conquista" eram colocados no corpo por forma a prevenir que este se tornasse num vampiro.35 Outros métodos comummente praticados na Europa incluíam cortar os tendões das pernas ou colocar sementes de papoila, milhetes, ou areia no chão perto da cova de um suposto vampiro; isto destinava-se a manter o vampiro ocupado toda a noite contando os grãos,36 indicando uma associação entre vampirismo e aritmomania. Narrativas chinesas semelhantes referem que se um ser vampírico encontra um saco de arroz, sente-se obrigado a contar todos os