O valor - O demônio da teoria
O valor: a oposição entre objetividade e subjetividade é ainda um engodo e mesmo a historia literária mais fixa [baseada em fatos] ainda se repousa em valores; o valor comporta a questão do cânone e, consequentemente, dos clássicos. [p. 222]
"T. S. Eliot também distinguia literatura de valor: para ele, a literariedade de um texto (o fato de pertencer à literatura) devia ser estabelecida com base em critérios exclusivamente estéticos (desinteressados ou puros de finalidade, na tradição kantiana), mas a grandeza de um texto literário (uma vez reconhecido como pertencendo à literatura) dependia de critérios não estéticos[...] p. 224
A dinânima da arte consiste [...] em romper sempre com ela. Quando o desvio torna-se a norma, como aconteceu com o verso Frances ao longo do século XIX, passando do verso 'deslocado' para o verso liberado e para o verso livre, o termo norma, ou seja, a idéia de regularidade, perde toda sua pertinência. Quando o desvio se torna, por sua vez, familiar, uma obra pode perder seu valor, em seguida por reencontra-lo, se o desvio for novamente percebido como tal. Foi justamente para evitar esse tipo de oscilação aleatória que Eliot separou o domínio da literatura do domínio da grandeza da literatura. P. 225
Outros valores evocados: complexidade e multivalência. A obra de valor é a obra que se continuar a admirar porque ela contem uma pluralidade de níveis capazes de satisfazer uma variedade de leitores. Um poema de valor é uma peça de organização mais compacta ou, ainda, uma peça caracterizada por sua dificuldade ou obscuridade, segundo uma exigência que se tornou primordial desde Mallarmé e as vanguardas. Mas a originalidade, a riqueza, a complexidade, podem ser exigidas também do ponto de vista semântico, e não apenas formal. A tensão entre sentido e forma torna-se então o critério dos critérios. P. 225
Kant – relevante para a mudança de pensamento em relação ao Belo, inicialmente objetivo (idéia clássica) e