O valor do design O processo do projeto
FRANCISCO HOMEM DE MELO
Se pensarmos no design como uma história, ela tem três personagens principais: o cliente, o usuário e o designer. O enredo dessa história é o projeto. Por ser o autor do projeto, o designer é o condutor da narrativa. A trama, longe de ser linear, é repleta de idas e vindas, de surpresas e reviravoltas. Quer saber o final? Bem, como toda boa história, o final é sempre feliz.
O ponto de intersecção dessa imensa gama de produtos gráficos que chamamos de design é o projeto. Um de seus fascínios é saber que um problema não tem uma única solução, e sim várias, Se solicitarmos a dez designers a solução para o mesmo problema, teremos dez respostas distintas, todas tão boas quanto seus autores.
O texto a seguir apresenta, um a um, os principais momentos do processo do projeto. A nomeação desses momentos é antes um esforço de explicitação do percurso do que propriamente a descrição rigorosa de etapas que se sucedem no tempo. Na verdade, em cada projeto ocorre uma superposição ou um embaralhamento dessas etapas, ou mesmo o surgimento de ações inteiramente imprevistas.
A regra, então, é que não há regras? Não exatamente. Há ações recorrentes presentes, se não em todos, ao menos em grande parte dos projetos. Compreendê-las e refletir a seu respeito ajuda a compreender e a refletir sobre o próprio design. O texto que se segue é, portanto, menos uma receita e mais uma reflexão sobre as várias facetas do processo de projetar design.
ANTES DO COMEÇO: O PROBLEMA E A CULTURA DO DESIGN
Antes do cliente, antes do designer, antes do projeto, antes do começo existem problemas relacionados à vida das pessoas, passíveis de serem resolvidos pela intervenção do designer. Paralelamente a esses problemas existe um conjunto de soluções já dadas a problemas análogos, que faz parte da cultura do designer. A combinação de ambos é o motor do nosso trabalho.
Ao contrário do artista, que propõe seu próprio problema, o designer é chamado a