O VALOR DAS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA OS DOENTES EM FASE TERMINAL
2. O DOENTE NA FASE TERMINAL
Na prática, o doente terminal é aquele considerado sem esperança de cura terapêutica ou com morte inevitável.
De acordo com Gutierrez (1) a elaboração de um conceito para paciente terminal é complexa. Isto se deve ao fato de existirem diversas avaliações consensuais, de diferentes profissionais, e por existir uma dificuldade maior em reconhecer tal paciente do que objetivá-lo. Entretanto, destaca o autor que tais dificuldades não devem comprometer o benefício que pacientes, família e profissionais da área da saúde possam ter no reconhecimento desta condição.
No doente terminal, a morte pode ocorrer de modo inesperado, contudo é mais frequentemente precedida por uma deterioração gradual do estado funcional (2).
A agonia corresponde ao período em que se torna mais evidente este declínio das funções vitais, que se pode estabelecer de forma súbita ou progressiva, de modo inexorável, e que culmina com a morte a curto prazo, normalmente, em horas ou poucos dias (3).
2.1 IMPACTO DA DOENÇA TERMINAL NO INDIVÍDUO
Os doentes terminais enfrentam muita dor e sofrimento em razão do abandono das atividades diárias, do abandono pelos familiares e da incapacidade de se relacionar com outras pessoas devido a efeitos colaterais de medicamentos e tratamentos que podem ofender sua dignidade (4). Isso torna o doente dependente dos conhecimentos e da preparação dos profissionais da saúde.
Neste âmbito, a psiquiatra de origem suíça Elisabeth Kübler-Ross (5), desperta a necessidade de educar para a morte, contra o tabu social instituído que marca a prática da sociedade em geral e dos profissionais de saúde em particular, nos cuidados ao doente em fase terminal. É interessante o trabalho que a autora desenvolveu junto dos moribundos através dos seminários On Death and Dying, que lhe permitiu identificar um conjunto de reações emocionais pelas quais passa o doente em