O utilitarismo em John Stuart Mill
Neste presente trabalho pretendo falar do princípio de utilidade e a liberdade do ser humano em John Stuart Mill, basendo-me principalmente na sua obra Utilitarismo.
Este trabalho insere-se no âmbito cadeira de Ética Política, com o objectivo de analisar a reflexão ética política na história, os autores e suas obras, e analisar o seu pensamento à luz do ensinamento do Magistério da Igreja.
Sendo Stuart Mill um pensador utilitarista e não o precursor do utilitarismo, começarei por definir o que é o utilitarismo, seus maiores expoentes e seus princípios fundamentais. Depois, falarei concretamente de Stuart Mill, sua biografia, obras, e apresentarei a sua obra Utilitarismo, concentrando-me concretamente sobre o princípio da utilidade e a questão da liberdade, que são o centro deste trabalho.
1. O Utilitarismo
O Utilitarismo é um tipo de ética normativa, segundo a qual «uma acção é moralmente correcta se tende a promover a felicidade e condenável se tende a produzir a infelicidade, considerada não apenas a felicidade do agente da acção, mas também a de todos afectados por ela»1.
Assim, podemos resumir filosoficamente a doutrina utilitária na seguinte frase: «Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar»2.
Os maiores expoentes do utilitarismo moderno e os seus sistematizadores são: Jeremy Bentham (1748-1832), James Mill (1773-1836) e o seu filho John Stuart Mill (1806-1873). Neles tem início o Utilitarismo como corrente. Mas dum ponto de vista mais abrangente, o pensamento utilitarista já se encontra em Epicuro3, com a sua teoria hedonista. Mas Bentham é o seu digno fundador como corrente, cujo princípio fundamental é a “máxima felicidade possível para o maior número de pessoas”.
Jeremy Bentham, James e Stuart Mill aplicaram o utilitarismo a diversos campos: à moral, à economia, à política, ao direito, etc. Por exemplo, Bentham, aplicando o utilitarismo ao campo jurídico, diz que as leis são mutáveis e aperfeiçoáveis. Assim,