O uso do crack
Cracolândia (por derivação de crack) é uma denominação popular para uma região no centro da cidade de São Paulo, nas imediações avenidas Duque de Caxias, Ipiranga, Rio Branco, Cásper Líbero e a rua Mauá, onde historicamente se desenvolveu intenso tráfico de drogas e meretrício.
História
Durante o final da década de 1960, com o surgimento do chamado cinema marginal, houve um crescente desenvolvimento da atividade cinematográfica nesta região da cidade. Diversas produtoras e alguns cinemas lá surgiram nesta época.
A Boca do Lixo pode ser considerada o berço do cinema marginal, de diretores como Rogério Sganzerla, Ozualdo Candeias e Júlio Bressane, entre outros. Os filmes marginais, ligados à Boca, eram sempre permeados de muita sexualidade, escracho e esbórnia. Durante a década de 1980, essa produção intensificou o teor sexual e entrou no período que ficou conhecido como a fase da pornochanchada. A Boca foi responsável por mais de 700 títulos
nesta época.
Atualidade
Desde 2005, a prefeitura fechou bares e hotéis ligados ao tráfico de drogas e à prostituição, retirou moradores de rua e aumentou o policiamento para inibir o consumo de drogas no local. Centenas de imóveis foram declarados de utilidade pública, em uma área de 105 mil metros quadrados, e estão sendo desapropriados. O objetivo do programa é tornar a área atrativa a investimentos privados, abrindo espaços para empresas do setor imobiliário.
Em 2007, a Prefeitura de São Paulo lançou um programa denominado Nova Luz para promover a reconfiguração e requalificação da área. Entre as medidas propostas, destaca-se a renúncia fiscal referente ao IPTU, visando estimular a reformas de fachadas dos imóveis de valor venal inferior a R$ 300 mil. [4]
Críticos do programa, no entanto, assinalam o seu caráter higienista, destacando que a recuperação de edifícios, praças, parques e avenidas não é acompanhada de ações voltadas aos grupos mais vulneráveis