O uso da ventilação não invasiva na insuficiência cardíaca congestiva
1.1. Insuficiência Cardíaca Congestiva Pode-se definir a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) como um estado fisiopatológico resultante da função cardíaca perturbada tornando o coração incapaz de manter um débito suficiente para as necessidades metabólicas dos tecidos e órgãos do corpo (COTRAN et al,1991). A insuficiência cardíaca congestiva apresenta prevalência de 1 a 2% na população geral, e considerando-se indivíduos entre 65 e 67 anos, esse número eleva-se para 23%, apresentando mortalidade elevada, com sobrevida de 25% em cinco anos (VILLACORTA et al. 2003). BARROS et al (2007) relataram que a doença instala-se por alteração de um ou mais dos seguintes fatores: I. Contratilidade miocárdica: diminuição da capacidade miocárdica de contrair ou sobrecarga excessiva de pressão-volume imposta ao coração. II. Carga ou trabalho sobre a fibra cardíaca antes da contração, denominada pré-carga ou durante a contração pós-carga, III. Freqüência cardíaca, enchimento das câmaras cardíacas e sincronismo da contração. Embora o coração seja um órgão único, ele age como duas unidades anatômicas e funcionais distintas (COTRAN et al,1991). Sob várias sobrecargas patológicas, um lado ou, raramente, uma cavidade pode entrar em falência antes da outra, de tal forma que pode haver separadamente a insuficiência do lado esquerdo e insuficiência do lado direito. Porém, por tratar-se de um circuito fechado, no sistema vascular a falência de um lado não pode existir por muito tempo sem eventualmente produzir sobrecarga excessiva sobre o outro, finalizando em insuficiência cardíaca total. Devido à prevalência dos distúrbios cardíacos que sobrecarregam ou lesam o ventrículo esquerdo, a insuficiência cardíaca, quase sempre, tem início neste ventrículo. A dispnéia é o sintoma mais comum, sendo conseqüência direta da elevação da pressão de enchimento ventricular esquerda e da congestão pulmonar (SMITH,1993) A insuficiência cardíaca