O uso da leitura em aulas de Espanhol como Língua Estrangeira
O uso da leitura em aulas de Espanhol como Língua Estrangeira
Resumo: Este trabalho focaliza o modelo de letramento construído nas atividades de uso da leitura em aulas de Espanhol como Língua Estrangeira, baseando-se na compreensão de que em toda sala de aula, professores e alunos estão construindo modelos particulares de letramento e compreensões particulares do que está envolvido na aprendizagem sobre como ser letrado. Este estudo analisa a interação em eventos de leitura de uma sala de aula da 6ª série do Ensino Fundamental e discute o que conta como ações letradas neste grupo específico. Os resultados revelam que nesta sala de aula a leitura não é vista como um evento social e os alunos estão engajados em ações letradas que não envolvem a negociação na construção do significado. Palavras-chave: letramento; interação; leitura; ensino-aprendizagem de E/LE.
INTRODUÇÃO
Ao refletirmos sobre a construção da leitura nos processos de ensino / aprendizagem de línguas estrangeiras, devemos considerar os novos desafios que a escola encontra na sociedade globalizada em que estamos inseridos. Como aponta Gee (2000), cada vez mais se valoriza o que as pessoas sabem e podem fazer em colaboração com as outras, e não aquilo que sabem isoladamente. Dessa forma, a escola adquire uma crescente responsabilidade na formação de cidadãos críticos e preparados para interagir no mundo social.
Neste trabalho, partimos da compreensão de que é fundamental que a escola envolva os indivíduos com práticas sociais de letramento, ou seja, com as práticas sociais de uso da leitura e da escrita que circulam na sociedade em que vivem. O letramento é visto, portanto, a partir de sua dimensão social, como um fenômeno complexo e multifacetado (Soares,
1999; Street, 1984; Cope e Kalantzis, 2000; Barton e Hamilton,
1998).
Sabemos, contudo, que grande parte das escolas não considera essa dimensão social, reduzindo as práticas de
leitura