O urbanismo em questão
O texto começa por definir a sociedade industrial, produto da Revolução Industrial ou Revolução Burguesa, como essencialmente urbana. Sua aspiração é o desenvolvimento da própria cidade, mas não segundo um conceito de cidade o qual podemos supor agora, mas de uma cidade industrial, que alcança sua expressão máxima na concatenação dos fenômenos urbanos conhecidos como metrópoles, conurbações, cidades industriais, grandes conjuntos habitacionais. A crítica velada ocorre logo em seguida, ao mostrar que mesmo com abundância de profissionais ditos “planejadores urbanos”, o desenvolvimento da cidade, mesmo sob a direção de um plano urbano, gera, sub-repticiamente, o questionamento desse próprio desenvolvimento, insatisfação e problemas sociais, seja em Brasília ou em Bruxelas. Entretanto a crítica à sociedade industrial não é o ponto principal a ser discutido no texto (livro). Analisam-se os fatos históricos e ideologias que se seguiram ao surgimento dessa sociedade industrial, bem como seus desdobramentos, numa tentativa de apreensão epistemológica, fornecendo base para uma teoria do urbanismo.
Em seguida, o autor disserta sobre o conceito da palavra “urbanismo”. Dessa passagem deve levar-se em conta a parte em que fala do urbanismo como “uma disciplina que se diferencia das artes urbanas anteriores por seu caráter reflexivo e crítico, e por sua pretensão científica”. É essa pretensão científica que tenta resolver o problema do planejamento da cidade industrial. Os primeiros teóricos dessa ciência e seus modelos de cidade propostos são caracterizados como “pré-urbanismo”, pois suas proposições, ausentes de caráter crítico-reflexivo de implicações anteriores, fundamentavam-se em conceitos próprios, procurando soluções ideais para o problema do planejamento.
O PRÉ-URBANISMO
A. GÊNESE: A CRÍTICA DA CIDADE INDUSTRIAL
O item começa por determinar alguns fatores transformadores da cidade industrial, que também acabarão por serem as variantes da