O término de uma análise e a cura da neurose
Resumo
Como bem salienta Freud Terminável ou Interminável, ou no dizer de Lacan, Com Fim ou Sem Fim, Finita ou Infinita, as análises sempre têm um destino e por mais que se prolonguem dificilmente serão levadas até à morte de um ou do outro participante desta trama chamada transferência. Pode-se pensar com certo preciosismo na questão dos termos, posto que terminar, acabar ou finalizar na verdade são sinônimos. A denominação de Freud se apresenta de uma forma mais coerente com o sentido estabelecido como fim de estudo, pois interminável tem o sentido daquilo que não se pode terminar tal qual a análise, enquanto que infinito é o que dura para sempre - eterno. Mesmo considerando-se que uma vez iniciada, uma análise pode seguir toda a vida, ao se tratar do humano, infinito. Além disso, ainda que sua análise tenha chegado ao fim, os estímulos não cessam e novas questões surgem ao mesmo tempo em que questões antigas retornam. Uma vez que o inconsciente guarda informações, as quais podem apresentar-se ou não ao indivíduo. O cliente precisa ter consciência que a análise que faz, terá que terminar um dia, por mais cômodo que seja, terá que ter consciência deste fim, para que assim o progresso do trabalho seja alcançado.
Palavras-chave: análise, término, analista, paciente.
O término de uma análise e a cura da neurose
As considerações acerca da eficácia e do final de análise são, portanto, o principal aspecto discutido por Freud em seu texto “Análise terminável interminável”. Logo no primeiro capítulo, ele admitiu ter se enganado em sua crença na cura permanente de um ex-paciente: o Homem dos Lobos (Freud, 1937/1980). Nesse caso, a fixação do tempo de duração da análise mostrou ser um recurso inadequado para a condução do tratamento. Se por um lado, fez acelerar o processo analítico, por outro o fez ser interrompido antes do seu fim. Tal manejo do tempo, adotado posteriormente por alguns