O tudo e o nada
Três grandes tradições antropológicas (norte-americana, inglesa e francesa): Franz Boas, Bronislaw Malinowski, A. R. Radcliffe-Brown e Marcel Mauss. A preocupação dos autores em equilibrar as particularidades com os grandes quadros é nítida neste capítulo, em que as posições dos quatro fundadores, ainda que apresentadas em seções separadas, são postas em diálogo. Assim é que Eriksen e Nielsen destacam, como uma contribuição fundamental de Boas, a indissociabilidade entre método e moral no princípio do relativismo, distinguindo entre trabalho de campo e observação participante para caracterizar a segunda como legado de Malinowski. Ambos, contudo, compartilhariam da atenção para com o detalhe e da preocupação com o ponto de vista nativo, distinguindo-se – ainda no plano das grandes pinceladas – na atenção dada às reconstruções históricas. Este capítulo, desenhado de modo a permitir este deslizamento constante entre diferenças e semelhanças, particularidades e linhas-mestras, prossegue com Radcliffe-Brown, que, dividindo a cena antropológica inglesa com Malinowski e com este compartilhando a desconfiança em relação à historicização dos estudos sobre sociedades tribais, dele se afastaria pelo lugar dado ao indivíduo: um fundamento da vida social para Malinowski, um epifenômeno para Radcliffe-Brown. A preocupação fundamental de Radcliffe-Brown é apresentada como sendo as formas da integração social, sua postura teórica aproximando-se assim daquela de Marcel Mauss - o quarto “pai fundador” -, que traria de sua herança durkheimiana uma concepção “holística” da sociedade. três grandes tradições antropológicas (norte-americana, inglesa e francesa): Franz Boas, Bronislaw Malinowski, A. R. Radcliffe-Brown e Marcel Mauss. A preocupação dos autores em equilibrar as particularidades com os grandes quadros é nítida neste capítulo, em que as posições dos quatro fundadores, ainda que apresentadas em seções