O tráfico de drogas no RJ sob o olhar de Merton e Sutherland
Curso de Direito
Disciplina: Criminologia
Docente: David Fonseca
Aluna: Letícia Maia de Assis
Analise o texto abaixo:
“Andando” com os “amigo”
A idade média de entrada no tráfico como trabalho em tempo integral entre os entrevistados é
de 13 anos e um mês. Todavia, para começar a subir na escala hierárquica dos empregos em
tempo integral nas facções, a criança demora meses ou mais “andando” com traficantes
ativos, denominados com a incorreção gramatical “os amigo”. Como explicou concisamente
um entrevistado:
Nada acontece um dia pra outro.
Gerente de soldados, 17 anos
As crianças e os traficantes compartilham diariamente os espaços públicos na comunidade e,
por esse motivo, passam muito tempo próximos. Assim, os traficantes confiam às crianças
tarefas simples, como levar um recado para outra pessoa da comunidade ou comprar um
refrigerante. Se isso pode ser a primeira parte de um processo de seleção de possíveis
empregados, não é um sistema deliberado de avaliação para o emprego. Essas incumbências
são muitas vezes confiadas a crianças que não estão interessadas em trabalhar no tráfico mas
que estão por perto ou que são conhecidas dos traficantes por serem vizinhas. Os traficantes
são uma presença constante na comunidade e é um processo normal a interação com eles para
garotos impressionáveis e que passam muito tempo na rua.
Se a criança demonstra interesse sustentado no tráfico quando “anda” com os traficantes,
pequenas tarefas de importância menos relacionadas com o trabalho do tráfico podem lhe ser
confiadas, como levar armas para casa para guardá-las, levar armas ou drogas na rua e
carregar munições. A esta altura, pode ser que a criança receba dinheiro por essas tarefas.
Neste caso, não se trata também de um sistema deliberado para testar a confiabilidade ou
capacidade da criança, mas o processo funciona como tal. Além disso, também