O trabalho nas sociedades modernas
Para entendermos as características do trabalho nas sociedades modernas, devemos primeiro observar como se constituía nas sociedades pré-modernas.
Nas sociedades pré-modernas o trabalho não era o elemento central que orientava as relações sociais. Existiam outros fatores mais importantes definidos pela hereditariedade, religião, honra, lealdade ou posição social, que não eram definidas pelo cargo na produção econômica.
Pelo contrário, o campo econômico e o trabalho eram desvalorizados, considerado algo penoso, torturante ou castigo.
Nessas sociedades o trabalho está relacionado a obtenção apenas do necessário para manter o sistema funcionando, não existindo por isso a noção de lucro e nem preocupações em otimizar as técnicas de produção.
Com a ascensão do capitalismo a importância do trabalho foi aumentando e ele foi se deslocando para a posição central da vida das pessoas. Com a necessidade dos capitalistas de recrutar pessoas para trabalhar em suas fábricas, passou-se a difundir a ideologia de que o trabalho era algo positivo, bom para todos.
As habilidades profissionais perderam valor, só restou ao trabalhador vender sua mão de obra.
Em nosso mundo - o mundo moderno - o trabalho sempre ocupou um papel central na vida das pessoas. Sua importância ultrapassa em muito a dimensão econômica e participa da própria constituição do ser humano. Por exemplo: boa parte da vida das pessoas será dedicada ao trabalho, inclusive no período de infância onde já ocorre a formação para o trabalho. O trabalho ajuda a definir a condição social, a afirmação psicológica, os sonhos e as perspectivas dos indivíduos. Daí as afirmações que “um homem sem trabalho, sem uma profissão não é nada e não pode ter nada...”, “que é o trabalho que dignifica o homem...”, e muitas outras afirmações tão comuns quanto essas.
Para início de conversa devemos salientar que o que denomina-se trabalho no mundo moderno tem uma especificidade que convém ter claro.