O trabalho na Colônia
No campo da história da colônia, que por mais adiante se chamaria Brasil, critica a forma da idéia imposta pelos estudos anteriores que a história da colônia era apenas uma parte da história da metrópole, Portugal.
Um ponto importante que o autor coloca é justamente a autonomia da colônia em grandes aspectos, principalmente no campo político e econômico, este último mais relevante.
Desconstrói a ideia de que eram ciclos econômicos, aqui na colônia, e também o que se produzia não eram somente monoculturas de cana de açúcar. “Esta visão, excessivamente reducionista, com freqüência se associava à concepção dos ciclos da economia colonial.” (CARDOSO, Rio de Janeiro, 1990, p69).
O autor chama a atenção ainda, que essa redução da história da colônia era justamente por interesses dos grupos mais ricos: a metrópole, os colonos ricos e posteriormente imperiais ricos. Pois o que lhes interessava era o lucro das exportações da cana de açúcar mais conveniente dá importância a esses setores econômicos, e deixavam de lado todo um complexo de relações produtivas muito presentes na colônia portuguesa nas terras da América (Brasil).
A classificação social das pessoas nesse período, séculos XVI e XVII, por terem terras e escravos era que determinava a condição social, Ciro Flamarion tem uma visão contrária sobre essa relação “em conseqüência, a colônia organizava-se com nitidez em torno da dicotomia: senhores escravistas/escravos_ definidora do único setor verdadeiramente estruturado e estável da sociedade” (CARDOSO, Rio de Janeiro, 1990, p70). Percebe-se que era uma forma muito simples de entender as relações de poder, de estrutura e divisão de trabalho na colônia, já que o autor tem uma abordagem marxista de relação de poder e divisão de trabalho dentro do espaço