O TRABALHO INFANTO JUVENIL NA AGRICULTURA PARAIBANA
O TRABALHO INFANTO-JUVENIL NA AGRICULTURA
PARAIBANA: o caso da lavoura canavieira*
Emilia de Rodat F. Moreira"
Ivan Targino
Esse trabalho tem como objetivo estudar a inserção precoce de crianças e adolescentes no processo produtivo do setor agropecuário paraibano, com destaque para o subsetor da lavoura canavieira. A análise é centrada nos efeitos do consumo e da reposição da força-de-trabalho do menor, sobre as suas condições de saúde e de vida. O estudo toma a Zona da Mata paraibana como ponto de observação.
A discussão sobre a participação de crianças e adolescentes no mercado de trabalho vem ganhando corpo no Brasil. Ainda que não seja uma discussão nova, ela tem obtido proeminência seja pela pressão dos movimentos sociais internos, seja pela pressão de órgãos internacionais como a 011 Esse é um problema concreto que aflige a sociedade brasileira e que não foi superado, mas agravado pelo modelo econômico de desenvolvimento adotado no país. Assiste-se, no final do século XX, a mais de 7 milhões de crianças e adolescentes (entre 10 e 17 anos) engajados nos mais diversos processos produtivos rurais e urbanos com destaque para: o corte da cana, o trabalho nos campos de sisal, a colheita da laranja, a produção de cacau e de café, a confecção de carvão vegetal, o
• Este texto lei construido com base no relatório de pesquisa desenvolvida com apoio do
CNPq, por pesquisadores e bolsistas de iniciação científica da área de Saúde e Trabalho
Rural do cERE5AT/NE5C e do Departamento de Geociências da UFPB, sobre as condições de vida, saúde e trabalho de crianças e adolescentes canavteiros da Zona da Mata paraibana.
** Professores dos Departamentos de Geoclências e de Economia da UFPB e integrantes do grupo de pesquisa sobre Saúde e Trabalho do cERESAT/NE5c/uFPB/cNPQ.
Cad. Est. Soc. Recife. v. 14, n. 2. p. 343-366,juL/dez., 1998
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O trabalho infanto-juvenil na agricuhura paraibana: o caso da lavoura canavicira
fabrico de sapatos, sem falar