O trabalho do antropólogo : olhar, ouvir, escrever
Referencia bibliográfica: OLIVEIRA, Roberto Cardoso. O trabalho do antropólogo. 2.ed. Brasilia: Paralelo 15; São Paulo : Ed. UNESP, 2000.
Texto da ficha:
• O autor enfatiza o caráter constitutivo do olhar, do ouvir e do escrever, na elaboração do conhecimento próprio das disciplinas sociais, isto é,daquelas que convergem para elaboração da teoria social.
• Segundo Oliveira,na primeira experiência do pesquisador de campo tem-se que domesticar o olhar. Isso porque, a partir do momento em que nos sentimos preparados para a investigação empírica, o objeto, sobre o qual dirigimos o nosso olhar, já foi previamente alterado pelo próprio modo de visualiza-lo.
• O ouvir e o olhar não são independentes. Em uma investigação ambos se complementam.
• Para os antropólogos, o "modelo nativo " é a matéria-prima para o entendimento e é fornecida pelos próprios membros da comunidade investigada. Tais explicações nativas so poderiam ser obtidas por meio da entrevista, portanto, de um ouvir todo especial.
• No ato de ouvir o "informante", o etnólogo exerce um poder extraordinário sobre o mesmo, ainda que pretenda posicionar-se como observador o mais neutro possível, como pretende o objetivismo mais radical. Esse poder, subjacente as relações humanas , criam um campo ilusório de interação. A rigor, não há verdadeira interação entre nativo e pesquisador, porquanto na utilização daquele como informante, o etnólogo não cria condições de efetivo dialogo.
• O olhar e ouvir podem ser considerados como os atos cognitivos mais preliminares no trabalho de campo, mas é no escrever que a questão do conhecimento torna-se tanto ou mais critica.
• Tomando Geertz por referencia, é o escrever " estando aqui "( experiência de viver),portanto fora da situação de campo, que cumpre sua mais alta função cognitiva.
• O autor cita as monografias clássicas e as modernas como forma de um texto etnográfico final.
• As monografias