O trabalho - dialética
No final do Século XVIII e no começo do Século XIX, os conflitos politicos não se encontravam somente nos palácios, mas também nas ruas. Em razão das lutas que depois de algum tempo resultaram na revolução francesa o homem comum também começou a pensar sobre politica, que antes era discutida somente por uma elite com um numero pequeno de pessoas.
Essa situação se refletiu na filosofia. Se refletiu até na filosofia que se elaborava na longínqua cidade de Kõnigsberg, que hoje se chama Kaliningrado, onde nasceu, viveu, escreveu e morreu aquele que provavelmente é o maior dos pensadores metafísicos modernos: Imanuel Kant (1724-1804). A sua volta, as rotinas estavam sendo quebradas e surgiram contradições e Kant não pôde deixar de pensar sobre a contradição. Sustentou, então, que todas as filosofias até então vinham sendo ingênuas ou dogmáticas, pois tentavam interpretar o que era a realidade antes de ter resolvido uma questão prévia: o que é o conhecimento? O centro da filosofia, para Kant, não podia deixar de ser a reflexão sobre a questão do conhecimento. Fixando sua atenção naquilo que ele chamou de "razão pura", o filósofo se convenceu, de que na própria "razão pura" existiam certas contradições - as "antinomias" - que nunca poderiam ser expulsas do pensamento humano por nenhuma lógica.
Um outro pensador alemão posterior a Kant que se chamava Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), sustentava que a questão central da filosofia era a questão do ser, e não a do conhecimento. Contra Kant, ele argumentou: se eu pergunto o que é o conhecimento, já na palavra está em jogo uma certa concepção de ser; a questão do conhecimento, daquilo que o conhecimento é, só pode ser concretamente discutida a partir da questão do ser. Hegel concordava com Kant num ponto essencial: no reconhecimento de que o sujeito humano é essencialmente ativo e está sempre interferindo na realidade. Para avaliar de maneira realista as possibilidades do sujeito humano,