O trabalho de homem, o trabalho de mulher e a construção do trabalho compartilhado
Texto de Katianny Estival.
“Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria que o mundo masculino tudo me daria do que eu quisesse ter…” Super Homem – A Canção – Gilberto Gil
Nesse texto, a intenção é repensar o valor do trabalho não contabilizado da mulher, discutir a “falsa” neutralidade nas relações de gênero e como podemos aprender com o trabalho feminino.
Reflita comigo:
1. Uma mulher, mãe, que queira cursar uma faculdade, sem acesso às creches, teria condições iguais a um homem para acesso à educação e a inserção competitiva no mercado de trabalho?
2. Por que de acordo com a pesquisa da OIT (2012) contabilizando o número de horas trabalhadas dentro e fora de casa as mulheres trabalham em média 20 horas mensais a mais que os homens? (Perspectiva de horas a mais trabalhadas reducionista em minha opinião…se considerarmos as diferenças regionais, sociais e de renda acredito que as horas a mais trabalhadas são superiores a 20 horas mensais…)
O relatório da OIT analisou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta que 90,7% das mulheres que estão no mercado de trabalho também realizam atividades domésticas – percentual que cai para 49,7% entre os homens.
No trabalho, elas gastam, em média, 36 horas por semana; eles, 43,4 horas. Em casa, por outro lado, elas gastam 22 horas semanais. Os homens, 9,5 horas (OIT, 2012).
O relatório da OIT (2012) conclui que:
“…A massiva incorporação das mulheres ao mercado de trabalho não vem sendo acompanhada de um satisfatório processo de redefinição das relações de gênero com relação à divisão sexual do trabalho, tanto no âmbito da vida privada, quanto no processo de formulação de políticas públicas (…). A incorporação das mulheres ao mercado de trabalho vem ocorrendo de forma expressiva sem que tenha ocorrido uma nova