O TRABALHO COMO PRINCIPIO EDUCATIVO FRENTE AS NOVAS TECNOLOGIAS
Dermeval Saviani começa o texto “O Trabalho como Princípio Educativo Frente as Novas Tecnologias”, apontando as contradições do trabalho escolar. Segundo ele, a escola sofre de uma hipertrofia, uma vez que hoje ela cuida de muita coisa ao mesmo tempo, mas o trabalho de ensinar e instruir está de lado. Saviani prossegue destacando as contradições da sociedade e da escola. “A contradição entre as classes marca a questão educacional e o papel da escola. Quando a sociedade capitalista tende a generalizar a escola, esta generalização aparece deforma contraditória, porque a sociedade burguesa preconizou a generalização da educação escolar básica.” Essas contradições trazem implicações sérias sobre o direito à educação. De um lado, historicamente, temos a escola para elite e de outro para as classes trabalhadoras, tendo como norte as relações de produção nas fábricas, e separando o trabalho manual do trabalho intelectual. O processo de escolarização serviu para capacitar os sujeitos a integrar o processo produtivo. “A introdução da maquinaria eliminou a exigência de qualificação específica, mas impôs um patamar mínimo de qualificação geral, equacionado no currículo da escola primária”, diz Saviani. Mas essa realidade mudou nesse atual momento histórico. As tecnologias estão cada vez mais substituindo o trabalho manual. Exige-se cada vez mais pessoas com conhecimentos e habilidades. E nesse sentido, a escola está se adaptando a essa nova realidade. Para Saviani,
a universalização de uma escola unitária que desenvolva ao máximo as potencialidades dos indivíduos (formação omnilateral conduzindo-os ao desabrochar pleno de suas faculdades espirituais-intelectuais, estaria deixando o terreno da utopia e da mera aspiração ideológica, moral ou romântica para se converter numa exigência posta pelo próprio desenvolvimento do processo produtivo.
O trabalho enquanto princípio educativo nos leva a ter uma