O trabalhador de enfermagem – com lesão por esforço repetitivo (ler) e doença osteomuscular relacionada ao trabalho (dort)
1. INTRODUÇÃO
Os distúrbios musculoesqueléticos acarretam um grave problema de saúde pública e um dos mais graves no campo da saúde do trabalhador (Murofuse NT, Marziale MHP, 2005). Esse problema acomete trabalhadores em países desenvolvidos e também em subdesenvolvidos, levando-os a diferentes graus de incapacidade funcional. Em todo o mundo, esse distúrbio gera aumento de absenteísmo e de afastamentos temporários ou permanentes do trabalhador e também produz custos expressivos em tratamento e indenizações (BARBOZA, DB, Soler ZASG, 2003).
No Brasil, a partir da década de 80, o aumento da incidência de distúrbios musculoesqueléticos pode ser observado nas estatísticas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), autarquia responsável pela concessão de benefícios por doenças profissionais. De acordo com os dados disponíveis, mais de 80% dos diagnósticos desses distúrbios resultaram em concessão de auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez pela Previdência Social, em 1998. Tal fato também pode ser observado na casuística atendida nos Centros Regionais de Saúde do Trabalhador, na rede pública de serviços de saúde (Ministério da Saúde BR. 2001).
O ambiente de trabalho, sob condições físicas, mecânicas e psíquicas adversas, é considerado como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de alterações no sistema musculoesquelético (Josephson M, Lagerströn M, Halberg M, Wigaeus HE, 2007). A exposição contínua e prolongada do corpo aos fatores de risco de tal ambiente favorece o surgimento das doenças ocupacionais (GALLASCH, CH, Alexandre NMC, 2003).
Nos estabelecimentos de serviços de saúde, em especial na área Hospitalar, pela natureza das atividades desenvolvidas e as condições de trabalho em que os profissionais desempenham suas funções, dentre estes os da área da enfermagem, em particular, tem sido especialmente afetada pelo distúrbio musculoesquelético. Pesquisas realizadas em vários países exibem prevalências superiores a 80%