O Toyotismo e as Novas Formas de Acumulação do Capital.
De acordo com Antunes, a crise do padrão de acumulação taylorista/fordista, que aflorou em fins de 1960 e início de 1970 - expressão de uma crise estrutural do capital que se estende até os dias atuais - fez com que, entre tantas outras consequências, o capital implementasse um vastíssimo processo de reestruturação, visando a recuperação de seu ciclo reprodutivo e, ao mesmo tempo, repor seu projeto de dominação societal. O capital deflagrou, então, várias transformações no próprio processo produtivo, através da constituição das formas de acumulação flexível, do downsizing, das formas de gestão organizacional, do avanço tecnológico, dos modelos alternativos ao binômio taylorismo/fordismo, onde se destaca especialmente o "toyotismo" ou o modelo japonês. Opondo-se ao contra-poder que emergia das lutas sociais, o capital iniciou um processo de reorganização das suas formas de dominação societal, não só procurando reorganizar em termos capitalistas o processo produtivo, mas procurando gestar um projeto de recuperação da hegemonia nas mais diversas esferas da sociabilidade. Uma das estratégias utilizadas pelo Toyotismo é a falácia da qualidade total, com objetivo de produzir produtos de “qualidade” que durem o menor tempo possível, para aumentar o ciclo de consumo. Outro fator preponderante é a utilização de novas técnicas de gestão do trabalho, como do trabalho em equipe, das "células de produção", dos "times de trabalho", dos grupos "semi-autonomos", além de requerer, ao menos no plano discursivo, o "envolvimento participativo" dos trabalhadores, que na verdade é uma participação manipulatória e que preserva, na essência, as condições do trabalho alienado e estranhado, ou seja, o trabalho “polivalente”, “multifuncional”, “qualificado” necessário para a reprodução do Capitalismo.
Outras características do Toyotismo são:
- Produção vinculada a demanda;
- Melhor aproveitamento