O ter humano
A sociedade pós-moderna também pode ser nomeada como a sociedade do consumo, não que essa característica lhe seja exclusiva, mas porque talvez nunca antes tenhamos tido tamanha consciência deste fato. A partir disto o marketing e a publicidade criam suas bases, mas cabe a antropologia estudar este fenômeno.
Sociedades antigas e classificadas como primitivas pelo senso comum já eram consumidoras, não de bens materiais como hoje fazemos, mas de caça, do plantio e produção de utensílios. Os tempos mudaram, os produtos e as moedas de troca também, mas o consumo não cessou.
Com a modernidade novas demandas surgiriam, mas com a pós modernidade novas “necessidades” foram criadas. Nosso foco neste trabalho é a formação de identidade dos jovens a partir do consumo e neste tópico em especial criação de um ser a partir do ter.
O ser está diretamente associado ao ter na lógica capitalista, mas não resume a isso Consumir não é um ato desvinculado da cultura, ao contrário ele está diretamente conectado aos processos sociais. O que você tem identifica quem você é, revela seus gostos, suas preferências, sua formação ao mesmo tempo em que forma quem você é. Suas roupas sugerem seu estilo teoricamente pessoal, mas que foi construído coletivamente, as músicas que ouve indicam as influencias que você recebeu, a arte que você consome mostra a cultura que lhe permeia. Nada é gratuito ou puramente espontâneo, precisamos deixar de lado o pensamento "automático" e "desnaturalizar" nossos atos. as coisas que consumimos, e as formas pelas quais consumimos e utilizamos os objetos, dizem muito sobre a sociedade em que estamos inseridos e a forma pela qual estamos nela imbricados (Monteiro, 2013). Consumir pode tanto ser uma necessidade básica como alimentar-se, quanto necessidade social, como vestir-se adequadamente para cada tipo de ocasião. O consumo funciona como um ritual que tem por função classificar, selecionar e dar sentido ao mundo (Isabel Travancas, 2003). Do ponto