O Teatro Moderno no Brasil
O TEATRO MODERNO NO BRASIL
Prof. Dr. Jairo Nogueira Luna
1. Um Conceito de Teatro Moderno Brasileiro
O Teatro Moderno Brasileiro vem substituir a vigência do Teatro Brasileiro de Revista, este, por sua vez, era um espetáculo de característica musical, com temas da atualidade, políticos ou sociais, mas de caráter leve, e com enredo frouxo para que as canções, as mais diversas quanto ao tema, pudessem ser inseridas no espetáculo. Era comum o uso de plumas e paetês por dançarinas e dançarinos que se posicionavam num quadro de dança enquanto o cantor ou cantora interpretava esta ou aquela canção. As paródias musicais também eram constantes. O teatro de revista no Brasil surgiu baseando-se na adaptação de espetáculos do gênero na Europa e após o surgimento da obra de Artur Azevedo nas décadas finais do século XIX.
Para Décio de Almeida Prado o início do teatro Moderno Brasileiro compreende dois aspectos, a inserção duma temática de crítica social de cunho marxista (Deus Lhe Pague, de Joracy Camargo, encenada por Procópio Ferreira, em 1932) e a temática de cunho freudiano, com Sexo, de Renato Vianna, em 1934. Décio acrescenta ainda o surgimento do chamado teatro de bonecos de Álvaro Moreyra, mas este é na verdade tributário do teatro simbolista e penumbrista, conforme salienta o próprio Décio, em que no auge da teorização teatral deste tipo de teatro, o próprio ator deveria ser substituído para que com sua interpretação não interferisse no sentido do texto dado por seu autor, vide o teatro de Maeterlinck.
Mas é com o teatro de Oswald de Andrade da década de 30 (O Homem e o Cavalo, 1934; A Morta, 1937 e O Rei da Vela, também de 1937) é que se firma um conceito de modernidade para o Teatro.
“Assim cria não só uma dramaturgia (apesar de pequena) de invenção, mas também, rompendo definitivamente com o teatro naturalista e realista, cria uma forma teatral original, inovadora, nacional e longe de tudo o que fazia no teatro brasileiro de então.