O século de Schnitzler
CAP. 2: LAR, AGRIDOCE LAR
Uma família feliz composta por pais e filhos se tronou um marco, mais do que isso, uma ideologia burguesa. Certas catástrofes internas do clã que acrescentassem uma avó viúva ou um primo órfão eram aceitas. A autoridade paterna era muito forte, por exemplo, o pai de Schnitzler queria que ele fosse médico e assim ele o foi, mesmo que a arte lhe chamasse muita atenção chegando a escrever inúmeras peças.
Uma diferença entre o burguês do século XIX e dos séculos anteriores era que os do século XIX, devido à sua boa condição financeira, possuíam mais tempo para poder dedicar maior atenção aos filhos. Os suficientemente ricos possuíam babás e, posteriormente, governantas para ajudar na educação familiar.
Segundo a cultura burguesa, a família devia ser considerada o motivo principal da busca do sucesso material. Portanto, os burgueses convenciam-se de que ganhar dinheiro, fazer discursos, escrever artigos, disputar eleições ou apresentar-se em concertos eram atividades a que se entregavam a fim de ganhar o pão de cada dia, devido à responsabilidade de proporcionar à esposa e filhos uma vida tão tranqüila e próspera quanto possível.
O papel feminino nesta sociedade gerava discussões. Equiparadas amenores, criminosos e idiotas e onde a legislação era quase que totalmente voltada para os homens, as questões femininas e o movimento feminista crescia gradativamente levando a debates políticos sobre o assunto. Somente os pobres iam para os hospitais, que eram sinônimos de morte nessa época. Os partos e todas as doenças eram feitos e tratados em casa, nesse sentido, a morte das mães era muito comum durante o parto. A vida sexual deveria ser feliz e satisfatória, mas esta poderia implicar num grande número de filhos. A teoria de Malthus só veio a acrescentar num debate que gerava muitos conflitos com a Igreja: o controle de natalidade. De acordo com os