O SURGIMENTO DO CAPITALISMO NAS PERSPECTIVAS DE KARL MARX E MAX WEBER
Em seu sentido mais restrito, o capitalismo corresponde à acumulação de recursos financeiros e materiais que têm sua origem e destinação na produção econômica. Ou seja, nas relações sociais desenvolvidas pelo homem na própria sociedade.
São duas as principais correntes de interpretação do capitalismo, divergindo substancialmente quanto a suas origens e conseqüências para a sociedade. A primeira foi elaborada por Marx, para quem o capitalismo é fundamentalmente causado por condições históricas e econômicas.
Já pela interpretação de Weber, o objetivo do capitalismo é sempre e em todo lugar, aumentar a riqueza alcançada, aumentar o capital. E esse processo de enriquecimento constitui uma indicação segura de que se está “predestinado” (estreitas relações entre as aspirações religiosas do calvinismo e as aspirações mundanas do capitalismo).
1) Karl Marx
O capitalismo para Marx é um determinado modo de produção de mercadorias (mercadorias são objetos que têm a finalidade de serem trocados e não a de serem usados) que surge especificamente durante a Idade Moderna e que chega ao seu desenvolvimento completo com as implementações tecnológicas da Revolução Industrial. A idéia marxista de modo de produção não se restringe apenas ao âmbito econômico, mas estende-se a toda relação social estabelecida a partir da vinculação da pessoa ao trabalho. Uma característica básica desse modo de produção é que nele os homens encarregados de despender os esforços físicos, que Marx chama de "força de trabalho", não são os mesmos que têm a propriedade das ferramentas e das matérias-primas (posteriormente também das máquinas), denominados "meios de produção". Esta separação proporciona outro aspecto essencial do capitalismo, que é a transformação da "força de trabalho" em uma mercadoria, que portanto pode ser levada ao mercado e trocada livremente (basta lembrar que no modo de produção escravista o objeto da troca é o escravo